Inconformada com o resíduo gerado nas competições, Kristina Smithe criou a Hiccup Earth; a startup tem 70.000 copos de silicone e os aluga para corredores que desejam substituir os modelos descartáveis i724m
Kristina Smithe estava correndo a Maratona Internacional da Califórnia em 2019, pegando copos de água para se manter hidratada, quando começou a pensar na quantidade de lixo que esses eventos produzem. No voo de volta para casa, ela fez as contas: 9.000 corredores, 17 postos de atendimento e algo em torno de 150.000 copos usados uma vez e jogados fora. “Fiquei chocada ao ver que, mesmo na Califórnia, isso não é sustentável”, disse.
Isso lhe deu a ideia de algo mais durável: um copo de silicone leve e flexível que pudesse ser usado repetidamente. Depois de elaborar um design, Kristina encomendou sua primeira remessa e os testou em uma corrida em 2021.
Agora, sua empresa, a Hiccup Earth (@hiccupearth), tem 70.000 copos que Kristina aluga para corridas interessadas para substituir os típicos copos brancos de papel que podem se acumular como montes de neve em pontos de abastecimento de água movimentados.
BILHÕES DE COPOS NO LIXO 4i1z4u
Bilhões de copos descartáveis são usados em todo o mundo a cada ano. Esses copos geralmente são feitos de plástico, mas mesmo que sejam de papel, normalmente têm um revestimento plástico que dificulta sua biodegradação. E fabricar esses copos, descartá-los ou queimá-los gera emissões de gases de efeito estufa (GEE) que aquecem o planeta.
“Essa é apenas uma pequena fração da quantidade de resíduos plásticos que produzimos, mas é bastante visível”, disse Sarah Gleeson, gerente de pesquisa de soluções e especialista em resíduos plásticos da organização sem fins lucrativos Project Drawdown.
“É algo que gera muito lixo, e o lixo — dependendo do que exatamente é feito — pode realmente permanecer em aterros sanitários por centenas de anos.”
CORPO A CORPO NA ESTRATÉGIA DE VENDAS 511g6q
Enquanto estava dando início ao seu negócio, a maratonista enviou um e-mail aos diretores da corrida para perguntar se o evento deles usava copos descartáveis.
“A resposta sempre foi sim”, disse ela. Sua resposta: “Se você está procurando uma solução sustentável, eu tenho uma.”
Agora, a empreendedora aluga os copos aos milhares, levando-os aos eventos em bolsas enormes e deixando lixeiras com o logotipo da empresa para coleta após o uso. Kristina recolhe os copos usados e os lava em uma máquina de lavar louça própria.
LAVAGEM E CONTROLE NA ÁGUA 1w1iq
Na corrida PNC Women Run the Cities, em Minneapolis e St. Paul, Minnesota, no início de maio, Kristina ajudou a matar a sede de milhares de corredores, entregando sacolas de 60 litros cheias de seus copos azuis flexíveis.
Após a corrida, Kristina, de 35 anos, estimou que levou seus copos para 137 corridas e evitou que 902.000 copos descartáveis fossem parar em aterros sanitários. Ela também afirma que seu processo de lavagem precisa de apenas 114 litros de água para cada 1.500 copos. Uma máquina de lavar louça doméstica eficiente, em média, usa de 11 a 19 litros para uma quantidade muito menor de louça.
“É apenas uma solução para um problema que já deveria ter sido resolvido há muito tempo”, disse Kristina.
A NECESSIDADE DE ESCALAR O NEGÓCIO 16tr
Uma desvantagem é que o aluguel de copos custa mais aos diretores de corrida do que outras opções. Copos descartáveis podem custar apenas alguns centavos cada, enquanto 10.000 copos Hiccup custariam cerca de 15 centavos de dólar cada. Esse preço cai se mais copos forem necessários.
Gleeson, do Projeto Drawdown, vê os copos reutilizáveis como apenas uma das muitas maneiras que os inovadores buscam para reduzir o desperdício. Essas soluções muitas vezes precisam ser baseadas na conveniência e em aplicações locais ou de pequeno porte para que mais pessoas as adotem. Algumas cidades, por exemplo, estão experimentando recipientes reutilizáveis para comida para viagem, que os clientes devolvem posteriormente em pontos de coleta próximos.
Embora nenhuma solução possa resolver o problema completamente, “a escalabilidade existe”, disse Gleeson. “Acredito que, em geral, a alta adoção desse tipo de solução é o que consegue reduzir os custos e realmente maximizar os benefícios ambientais que se pode obter.” (por Alexa St. John, da Associated Press)
Fonte: https://fastcompanybrasil.com/
